No dia 24 de junho de 2022 o Senado Brasileiro promoveu uma sessão especial para comemorar os 75 anos do ‘Dia Mundial da Ufologia’, atendendo ao requerimento RQS 193/2022. A solicitação foi requerida pelo senador Eduardo Girão (PODEMOS – CE). A ‘Latin American Academy of Scientific Ufology’ (LAASU) entidade sem fins lucrativos, acompanhou a sessão on-line, além de também contar com a presença do pesquisador e antropólogo Wilson Geraldo de Oliveira no Senado Federal.
Na oportunidade, membros da Academia de Ufologia Científica opinaram sobre a temática ufológica e a própria audiência. Dr. Julio César Acosta Navarro, fundador e diretor da LAASU acredita que a “ufologia é uma ciência ainda nova e nobre”. “Esperar somente liberação de informações do governo não é suficiente. É preciso criar pesquisas, interpretar resultados, chegar a conclusões originais”, complementa.
A pesquisadora e jornalista Rose Castro, também integrante da LAASU, viu a audiência como um fator positivo para a ufologia. “Hoje a Ufologia teve repercussão pública em âmbito nacional e os membros da comissão no geral fizeram boas exposições. Vamos aguardar os desdobramentos dessa iniciativa.” Mas de modo crítico a pesquisadora também lembrou dos problemas sociais, políticos e econômicos que o Brasil enfrenta. E questionou: “Por isso não vamos investir na pesquisa ufológica?”
“Sem dúvida nosso país enfrenta graves desafios relativos à saúde, moradia, desemprego, violência e criminalidade, saneamento básico, educação, entre vários outros. Para resolver todos esses problemas é preciso muito esforço político, excelente administração e planejamento. Mesmo assim, tratam-se de questões que não serão resolvidas em curto prazo. Então, por isso, não vamos investir em arte/cultura? Em tecnologia de ponta? Em avanços científicos? A cultura está diretamente relacionada ao avanço da sociedade. Os avanços científicos, por sua vez, influenciam e modificam não apenas o estilo de vida de algumas pessoas, mas também as relações sociais. As novas tecnologias também têm um papel fundamental no âmbito da inovação, além de provocar grande impacto na sociedade. Não tenho dúvida de que a pesquisa na área da Ufologia é capaz de trazer informações novas, desconhecidas pelos seres humanos, capaz de promover mudanças e até transformações”, afirmou a pesquisadora.
O sociólogo e antropólogo Marcos Bento Jr., dedicado à pesquisa ufológica e membro da LAASU, também vê o fenômeno ufológico como um conhecimento ligado à cultura, e por isso merece receber investimento. Na visão dele, antes que a sociedade se dedique a esse tipo de discussão de modo mais amplo, existe a necessidade de haver um melhor entendimento sobre a ufologia. “Tem que ocorrer uma mudança da sociedade em relação ao objeto extraterrestre.”
Para acontecer essa mudança, na opinião de Bento, é preciso informar melhor o brasileiro sobre do que trata a ufologia, e o caminho seria a ‘educação’. “Educação, não só educação formal, ou seja, nas escolas, mas na família, nos teatros, filmes, etc. Temos que educar o brasileiro primeiro, depois trazer esta discussão para todo o país“, diz Marcos. E vai além. Ele acredita que inicialmente deve haver uma mudança no interior das pessoas, preocupando-se com o próximo, seu bem-estar, lutando por uma sociedade mais justa, que lute para diminuir as desigualdades em todos os sentidos.
“Não adianta uma pessoa querer que a ufologia alcance o patamar de ‘profissão’ e ao mesmo tempo negar assistência aos pobres, por exemplo. A maioria das pessoas que estavam no debate de ufologia no senado é muito conservadora. Até que ponto eles realmente querem mudar o planeta?” , questiona o pesquisador.
Nota: A foto em destaque nesta publicação foi tirada da transmissão ao vivo da TV Senado – Sessão Especial do Senado Federal em comemoração dos 75 anos do Dia Mundial da Ufologia.